John Gattorna, em seu trabalho inovador sobre Living Supply Chains, introduz uma abordagem adaptável e centrada no comportamento humano, ideal para lidar com a complexidade e volatilidade do ambiente global. Este modelo integra a segmentação comportamental de clientes com estratégias operacionais alinhadas, aproveitando insights de ferramentas como o MBTI (Myers-Briggs Type Indicator) para moldar cadeias de suprimento dinâmicas. Este artigo explora os fundamentos desse conceito, suas vantagens e exemplos práticos de aplicação.
O Conceito de Living Supply Chains
O conceito de Living Supply Chains baseia-se em três pilares principais:
- Segmentação Comportamental: Identifica como os clientes e parceiros de negócios preferem interagir com a cadeia de suprimentos, utilizando frameworks como o MBTI para entender as predisposições comportamentais.
- Configurações Multiplas de Cadeia: Define que uma única configuração não atende a todas as necessidades. Em vez disso, implementam-se múltiplas cadeias configuradas para atender segmentos específicos de clientes.
- Alinhamento Dinâmico: Ajusta-se continuamente à demanda e às mudanças externas, criando agilidade e resiliência.
Gattorna defende que cadeias de suprimentos devem ser tratadas como “organismos vivos” que respondem de forma dinâmica às variações do ambiente, um contraponto às abordagens tradicionais rígidas.
A Aplicação do MBTI no Modelo de Gattorna
O MBTI foi utilizado por Gattorna para decifrar padrões de comportamento humano, permitindo uma segmentação mais precisa dos clientes e colaboradores. Por exemplo:
- Clientes Analíticos e Metódicos: Preferem previsibilidade e confiabilidade, levando a configurações de cadeias baseadas em eficiência.
- Clientes Flexíveis e Empáticos: Demandam agilidade e customização, necessitando de uma cadeia de resposta rápida e adaptável.
Essa perspectiva melhora a comunicação, reduz conflitos e aumenta a eficácia das operações ao alinhar processos operacionais com expectativas específicas.
Exemplo de Living Supply Chains
Unilever: A Unilever aplicou o modelo de Living Supply Chains ao dividir seus mercados em clusters regionais e implementar múltiplas configurações de cadeia para atender necessidades locais específicas. Por exemplo, cadeias focadas na eficiência em mercados maduros e agilidade em mercados emergentes.
Vantagens de Living Supply Chains
- Resiliência: Melhora a capacidade de resposta a eventos disruptivos.
- Eficiência: Reduz custos ao alocar recursos de forma mais precisa.
- Satisfação do Cliente: Ajusta-se continuamente às preferências e necessidades específicas.
- Inovação: Estimula práticas inovadoras ao integrar comportamentos humanos nos processos.
Conclusão
Living Supply Chains oferecem um modelo avançado e holístico para empresas que operam em ambientes de alta complexidade. Ao incorporar segmentação comportamental e alinhamento dinâmico, organizações podem não apenas atender às demandas imediatas, mas também criar uma vantagem competitiva sustentável. Seja em mercados emergentes ou desenvolvidos, este conceito redefine como as cadeias de suprimentos podem entregar valor de maneira mais significativa e personalizada.